sábado, 3 de dezembro de 2011

O SER E O NADA

São pequenos sopros.
Pequenos sopros por onde jorram sonhos, esperanças, e desesperos passados.
São sopros cuidadosamente elaborados pelos meus fantasmas, fantasmas que me seguem por onde eu for.
Eles fitam-me com grandes olhos cor de nada, transparentes, vazios.
Para que serve viver se vivo assombrada?
 Assombrada pelas vozes que vivem na minha consciência. De que serve a vida se não sou digna dela?
De que serve eu continuar se sou nada, apenas um grande saco furado por pequenos sopros de cinzento?
Ninguém consegue ver estes fantasmas.
Nem mesmo eu.
Sinto-os a devorarem-me por dentro como se eu fosse um cadáver no deserto a ser devorado por abutres.
Vazia.
Cheia de nada.
Pelo meu rosto transparecem apenas os espíritos que no meu corpo habitam, a toda a hora.
Não peço nada senão ser eu própria.
Não peço nada senão encontrar a minha alma.
Não peço nada senão alguém que

Catarina Branco, 10º ano, Dezembro 2011

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