quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O VELHO SOBREIRO

Alto, ficas de pé, firme e terreal
Olho para ti através da minha janela
Observo-te e descortino a tua vida

Tu já és velho, bem o vejo
O teu tronco tatuado de cicatrizes
Inscritas pelo punho de homens ávidos

És cobiçoso da escura pele que te cobre
Em longos sete anos crias casca e carne
Até chegar o fio do punhal cortante

Opões-te a isto? Não podes falar
No teu silêncio fica um enigma por revelar
Mas eu, eu olho, escuto e amo-te

Que fiques em paz, simplesmente
As tuas folhas para os pássaros
A tua pele para ti mesmo
E a tua beleza toda para mim


Teresa Bell
aluna inglesa no curso nocturno de Português para Estrangeiros

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