terça-feira, 23 de junho de 2015

A Árvore dos Desejos


Num dia de sol, à tardinha, já esquecidos pela gente que ali passava, estavam três amigos a conversar. Sentados na bancada de um café, o Pastel de Nata, os Fios de Ovos e o Bolo-Mármore, não tinham mais nada para fazer.
– E o que é que vamos fazer hoje? – interrogaram-se os Fios de Ovos.
– Pastelar… O que eu faço sempre! – exclamou o Pastel de Nata, encostado a um prato.
– Podíamos fazer ginástica! – propuseram os Fios de Ovos, fazendo pinotes e cambalhotas, com muita agilidade.
O Bolo-Mármore interrompeu:
– Já chega, venham comigo! – ordenou – Vamos sair daqui!
Os três amigos há muito que tentavam sair daquela prateleira, sobretudo o Bolo-Mármore que queria ter uma vida nova.
– Mas onde é que vamos? –  perguntou o Pastel de Nata, um pouco preguiçoso.
– Por acaso sabem o que é a “Árvore dos Desejos”? – questionou o Bolo-Mármore.
– Não, mas parece ser divertido! – disseram os Fios de Ovos.
Então, estes começaram a correr à deriva e atiraram-se de prateleira. Com os empurrões, os outros também caíram.
– Aaaaahhh! – gritaram em coro.
Depois da queda todos ficaram aborrecidos com os Fios de Ovos, mas continuaram a caminhar para a tal “Árvore dos Desejos”. Ninguém sabia o que era, somente o Bolo-Mármore. Passaram devagar pelo cantinho da porta, sem dar nas vistas.
– É muito longe? – perguntou o Pastel de Nata, sem vontade de andar.
– Não, quando se tem uma boleia! – exclamou o Bolo-Mármore rindo.
Então, o Bolo-Mármore puxou os seus amigos para cima de um skate de um menino que ia em direção ao Grande Jardim.
– Agarrem-se bem, vai ser uma viagem agitada! – exclamou o Bolo-Mármore.
A certa altura todos saltaram para a borda do passeio e, mal levantaram a cabeça, viram a graciosa Árvore dos Desejos.
Os Fios de Ovos correram até a um raminho pequeno com uma folha na ponta e fizeram desta um trampolim. Num ápice chegaram ao topo da árvore. O Bolo-Mármore imitara-os, mas o Pastel de Nata interrompeu:
– Então e eu?
O Bolo-Mármore ajudou o seu amigo a subir por cima de si. O Bolo-Mármore correu, deu um impulso e…
– Socoooorrrooooo!! – gritou o Pastel de Nata ao saltar.
Depois do susto, já todos juntos no topo da árvore ouviram uma voz:
– Olá amigos, sei porque vieram. Quais são os vossos desejos? – perguntou a árvore dando uma gargalhada.
Fez-se silêncio, mas ninguém hesitou:
– Nós queríamos um ginásio! – disseram os Fios de Ovos.
– Eu queria um sofá!! – pediu o Pastel de Nata lentamente.
– Eu… eu queria… uma família – concluiu o Bolo-Mármore.
            A árvore estava pensativa, mas depressa respondeu:
– Bom. Para começar, Fios de Ovos, vocês fazem ginástica em todo o lado, não precisam de um ginásio. Tu, Pastel de Nata, já fazes de tudo um sofá. Bolo-Mármore, uma família são aquele que estão sempre ao nosso lado, nos momentos bons e maus, e tu tem-na.
Todos compreenderam a mensagem e deram razão à árvore, ela continuou:
– Vou dar-vos um presente. Podem fazer do meu jardim a vossa casa!
Sem demora, aceitaram e agradeceram, radiantes.
Os amigos instalaram-se numa pequena árvore e viveram  o resto das suas vidas naquele maravilhoso jardim, como uma verdadeira família!

Iara Conde Vidal, 5ºD

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