Continuação do texto “O CANTEIRO DOS LIVROS “ de José
Jorge Letria
manual de Português do 5º ano "P5", páginas
26 e 27
Uma biblioteca subterrânea
Quando voltou para casa, nesse dia, reparou
que continuavam a emergir da terra mais livros.
-Ó meu Deus! Se continuarem a crescer mais
livros onde os vou pôr? Já não tenho mais espaço em casa para pôr livros! Não
os vou pôr no lixo! -pensava o Francisco, aflito.
O rapaz estava muito aflito, ele gostava
muito de livros mas não tinha mais espaço. Foi então que teve uma ideia:
-Já sei! Vou dar os livros à biblioteca da
minha escola! Acho que vão todos adorar estes livros!
Começou a colhê-los e a limpá-los, pois
alguns estavam com terra.
No dia seguinte, foi à escola e entregou os
livros.
-Meu querido, obrigada pelos livros. Antes
de no-los oferecer perguntaste à tua mãe se podias? - quis saber a Professora
Leonor.
-Sim, claro que sim! -esclareceu o
Francisco, um pouco corado.
Quando chegou a casa, espreitou o quintal e
exclamou:
-Mais livros!
-Então era isto que me querias contar? –
perguntou a mãe ao vê-lo chegar.
-Sim, mãe, era mesmo isto! E agora,
acreditas em mim? - questionou o Francisco, com um sorrisinho na cara.
-Sim, meu filho querido! Agora que tenho uma
prova, posso acreditar -concordou a mãe.
O Francisco ficou a tarde toda no quintal,
até que viu uma toupeira a subir à superfície da terra.
-Olá, já deves ter reparado que andam a
crescer livros no canteiro das hortênsias!
-Que eu saiba os animais não falam!
-exclamou o Francisco, muito surpreendido.
-Sim, eu sei que os animais não falam, mas
eu e os meus amigos falamos -informou a toupeira.
-A sério? Mas quem são os teus amigos?
-interrogou o Francisco.
-Por baixo da terra existe uma biblioteca
que eu e os meus amigos construímos, mas os humanos não podem entrar porque o
espaço é pequenino. Os meus amigos trabalham todos lá. As doninhas arrumam os
livros, as formigas fazem as histórias e as lagartas fazem os livros –continuou
a toupeira.
-Então é por isso que os livros estão a vir
à superfície da terra? –interrogou o Francisco.
-Sim, quando os livros têm algum erro ou são
mal feitos, as formigas levam-nos até à superfície da terra-explicou a toupeira.
-Francisco, está na hora do jantar ! –
gritou a mãe.
O Francisco e a família sentaram-se à mesa e
o rapaz contou como tinha sido a sua tarde.
-Hoje à tarde, estive a falar com uma
toupeira! –disse.
-Achas que eu acredito, mano ? – perguntou o
irmão Gonçalo, que nunca acreditava no Francisco.
-Ó Gonçalo, não ligues, o Francisco está a
ter um dos seus momentos de imaginação ! – exclamou o pai.
O Francisco foi dormir e, no dia seguinte, o
quintal estava outra vez cheio de livros.
Beatriz Ferro, 5ºD
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